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Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce pela barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor ordena a sua bênção e a vida para sempre. (Salmos 133:1-3)
Esse salmo faz parte do grupo de salmos que são chamados de Cânticos de Peregrinação ou Cânticos dos Degraus. Essas eram canções entoadas pelo povo judeu em peregrinações pós-exílio em direção a Jerusalém para celebração das festas ordenadas na Lei. As canções foram compostas para encorajar e animar o povo durante suas longas caminhadas.
Essa peregrinação à Jerusalém era muito significativa para o povo. No entanto, não era caracterizada tanto pela intenção de oferecer sacrificios e holocaustos no templo, quanto o era o de chegar em um lugar de refugio e proteção, longe da escravidão de outrora.
O Salmo 133 é atribuído a Davi e , logo no versículo 1, ele celebra a verdadeira comunhão entre os irmãos como uma grande bênção vinda diretamente da parte de Deus para o seu povo. Ele destaca que existe um fluxo constante de graça e de vida que é derramada como provisão de Deus. Isso não pode ser ignorado por nós, mas deve ser celebrado por todo aquele que ama ao Senhor.
O salmista usa duas imagens muito interessantes para comparar como se parece essa comunhão. Entendê-las é poder captar a mensagem completa que esse salmo transmite.
Sumário
TogglePrimeiro, a comunhão que procede de Deus é comparada ao óleo da unção que é derramado de forma abundante sobre a cabeça de Arão para consagrá-lo ao Senhor (v.2).
Em Êxodo 29 e Levítico 8 estão registrados o dia em que Arão e seus filhos foram separados por Deus para servirem como sacerdotes no tabernáculo.
Esse foi um daqueles dias memoráveis, e é por isso que o salmista o usa para comparar a alegria da experiência da comunhão verdadeira. Podemos ver isso a partir de duas perspectivas:
- A perspectiva de Arão.
- A perspectiva do povo.
Consagração de Arão
A perspectiva de Arão
Ele foi literalmente separado para servir diante de Deus como sumo sacerdote. Não havia maior privilégio que Arão poderia receber de Deus como este: estar na presença de Deus continuamente, se tornar propriedade exclusiva para o serviço de Deus e abençoar o povo de Deus.
A alegria que ele experimentou era gigante. De agora em diante Deus seria a sua porção e sua herança nesta terra (Nm 18:20). O dia da sua consagração marcou este momento.
A perspectiva do povo
Deus ordenou a Moisés que a consagração de Arão fosse pública e acontecesse diante de todo o povo de Israel para que eles vissem a quem Deus estava purificando e separando para administrar todo o culto ao Senhor (Lv 8:1-4).
Eles deveriam ver a glória daquele momento e se alegrar através do novo canal de relacionamento entre Deus e o seu povo.
Hoje, Jesus é o nosso Sumo Sacerdote (Hb 4:14), ele também é o sacrifício que nos purifica de nossos o pecado (1 Jo 1:7), ele é a oferta agradável a Deus, que nos compra para si para sermos seu povo e sacerdotes diante dele continuamente (1 Pe 2:9).
O sacrifício santo e imaculado de Jesus nos purificou pela obediência à verdade, com vista ao amor fraternal sincero, ou seja a comunhão verdadeira (1 Pe 1:17-23)
Em segundo lugar, a comunhão que procede de Deus é comparada ao orvalho que desce do monte Hermon para os montes de Sião (v.3).
O monte Hermon é a montanha mais alta do mediterrraneo oriental. Ele está acima dos vales do Jordão ao norte. Por ser tão alto o Hermon rega os montes de Sião com o seu orvalho.
Esse é mais um símbolo da provisão e da bênção que vem do Pai Celestial. Aquele que está em cima fornece a provisão para aquele que está abaixo.
Monte Hermon
O monte Sião, ou monte Moriá como também é conhecido, foi o lugar onde Abraão iria sacrificar seu filho Isaque (Gn 22:2). Este lugar foi escolhido por Deus para ser o lugar onde Ele derramaria suas bênçãos.
Este monte é muito simbólico, Ele é o monte do grande Rei (Sl 48:2). Sião é o lugar para onde afluirão todas as nações para aprenderem do Messias de Deus (Is 2:2-4). Em Sião Deus ordena sua bênção e a vida para sempre para todas as gerações (v.3).
No monte do Senhor, as bênçãos de Deus são recebidas por causa da promessa feita a Abraão, assim como a vida abundante, porque esse é o lugar que Deus escolheu, porque é de lá que o Messias reina para abençoar todas as nações da terra.
Na Nova Aliança, Sião não é mais um local geográfico, mas é a Igreja de Jesus Cristo (Hb 12:22-24). E na comunhão do seu povo Deus ordena a bênção e a vida abundante para sempre.
Reflita um pouco sobre isso
Às vezes, somos levados a pensar de forma muito individualizada a respeito da vida com Deus quando deveria ser diferente.
Nas Escrituras, repetidamente, Deus trata o seu povo de maneira coletiva. Noventa por cento de toda a bíblia foi escrita para grupos e não para indivíduos. Deus salva indivíduos e os coloca na sua família para viverem juntos em comunhão.
Não existe igreja na individualidade. A própria palavra igreja significa a congregação dos santos. Escolher o isolamento em vez da comunhão dos filhos de Deus é escolher viver longe da benção de Deus.
Não tem comparação, na comunhão Deus abençoa sua nação de sacerdotes, edifica o seu povo e gera vida abundante. Por causa disso, você deveria se alegrar com as oportunidades que você tem de viver com seus irmãos de fé.
Como disse no início deste texto, o Salmo 133 era um cântico de peregrinação, nós também estamos em peregrinação juntos (1 Pe 1:17). Por meio da obra de Cristo fomos purificados separados para serviço exclusivo de Deus, unidos em um só corpo para vivermos em amor fraternal e proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1Pe 1:22; 2:9). No meio da Igreja de Deus, alí o Senhor ordena a sua benção e vida para sempre, então aproveite.
Perguntas devocionais
1) Por que a união é boa e agradável?
2) Por que a unidade é como o precioso óleo da unção? O que vem à sua mente quando você pensa no óleo da unção?
3) Por que a unidade é como o precioso orvalho do Hermom? O que vem à sua mente quando você pensa no orvalho do Hermom?
4) Como se parece para você quando a igreja vive em unidade?
5) Você tem vivido em comunhão com os irmãos à sua volta? Se sim, como você poderia melhorar? Se não, o que está te impedindo?