Se Deus é bom, por que o mundo está tão caótico?

Hoje, quero convidá-lo a uma reflexão que, imagino, já tenha cruzado sua mente em algum momento. Ao assistir as notícias, ver as tragédias e conflitos que se desenrolam ao nosso redor, é fácil perguntar: Se Deus é realmente bom, por que há tanto caos no mundo?

Essa é uma pergunta profunda, que não nos deve envergonhar por fazê-la. O que fazemos com ela, no entanto, é o que importa. 

Muitos acabam abraçando o cinismo, outros se afundam no desespero. Mas será que podemos encontrar uma resposta sólida nas Escrituras? 

A resposta é sim.

O mal e o propósito divino

A Bíblia não ignora o mal no mundo. Na verdade, ela reconhece sua existência de maneira bastante realista. Desde a queda de Adão, o pecado entrou no mundo e, com ele, a desordem, a injustiça e o sofrimento (Romanos 5:12). O mal é uma distorção da boa criação de Deus, e seu impacto afeta todas as esferas da nossa existência.

Mas, mesmo diante disso, as Escrituras nos ensinam algo radical: Deus é soberano sobre todas as coisas, inclusive o caos. 

Em Isaías 45:7, o Senhor declara: “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas”. Isso não significa que Deus é o autor do mal moral, mas que até mesmo o que é caótico está sob Seu controle e servirá, de alguma forma, aos Seus propósitos finais.

O caos como parte de um plano maior

Para nós, que enxergamos o tempo de forma linear, é difícil compreender como tragédias e desordem podem ter algum propósito. Mas em Romanos 8:28, Paulo nos lembra: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados segundo o seu propósito”. É aqui que precisamos exercitar nossa fé. Deus não perde o controle, mesmo quando tudo parece fora de lugar.

Lembra-se da história de José? Seus irmãos o venderam como escravo, ele foi injustiçado e lançado na prisão. Mas, anos depois, José reconheceu que o mal que fizeram a ele foi parte do plano de Deus para preservar a vida de muitos (Gênesis 50:20). Da mesma forma, o sofrimento de Cristo — a maior injustiça de todas — resultou na redenção de toda a criação.

Mas e nós, o que fazemos diante disso?

Agora, você pode estar pensando: “Tudo bem, Wallace, eu entendo a teologia por trás disso. Mas o que faço com a dor que vejo ou experimento diariamente?”

Aqui, precisamos entender o papel da esperança escatológica. 

A Escritura nos aponta para um futuro onde o caos será finalmente vencido. Cristo está no trono agora, e Seu reino está em expansão, mesmo que ainda vejamos os efeitos do pecado no mundo. Nós vivemos no já e no ainda não: o reino já foi inaugurado, mas ainda não foi plenamente consumado.

Nossa função, como cristãos, é sermos instrumentos da paz e da ordem de Deus. Enquanto aguardamos a plena restauração, somos chamados a agir em prol do bem, da justiça e da verdade. Não devemos nos conformar com o caos, mas sim, ser agentes de transformação dentro dele.

Por fim,

Então, da próxima vez que você se deparar com a pergunta “Se Deus é bom, por que o mundo está assim?”, lembre-se: o caos não é o fim da história. Deus é soberano e, em Sua sabedoria infinita, está ordenando todas as coisas para o bem e para a glória de Seu nome. Nossa tarefa é confiar Nele, mesmo quando não entendemos, e seguir fazendo o bem.

Que sua semana seja marcada por essa confiança em um Deus soberano e bondoso, que usa até mesmo o caos para realizar Seus propósitos.

Até a próxima!

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